Chigaliovismo como o limite do socialismo e do comunismo?

Uma aula de cálculo diferencial e integral: teoria dos limites. Seria o chigaliovismo o limite para o socialismo e o comunismo? Quando a variável tempo tende a um valor finito, socialismo e comunismo tenderiam ao chigaliovismo? Ora, em Os demônios, Dostoiévski descreve a doutrina de Chigaliov: um décimo das pessoas comandaria nove décimos. Na maior parte, a escravidão, o total nivelamento e igualdade. Toda a busca por saber e conhecimento seria interrompida. O chigaliovismo buscaria a não formação do homem excelente e acima da média, pois segundo Piotr Stiepánovitch, entusiasta da doutrina, deve-se “rebaixar o nível da educação, das ciências e dos talentos. O nível elevado das ciências e das aptidões só é acessível aos talentos superiores, e os talentos superiores são dispensáveis! Os talentos superiores sempre tomaram o poder e foram déspotas, sempre trouxeram mais depravação do que utilidade; eles serão expulsos ou executados. A um Cícero corta-se a língua, a um Copérnico furam-se os olhos, um Shakespeare mata-se a pedradas — eis o chigaliovismo.” Que não seja esquecido aqui o grande avanço científico e tecnológico da antiga União Soviética. Mas todo o esforço científico era voltado ao Estado, não à formação do homem superior. Pois a formação científica tem sido destinada, desde o século XIX, à proliferação de mão de obra e de homens que não causam preocupações. Tento enxergar um nome excelente em Cuba ou na antiga União Soviética. Alguém como o próprio Dostoiévski, um homem das artes, um espírito arguto e um bom leitor da realidade. Busca infrutífera — já não seria um sintoma do chigaliovismo?

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